18 de janeiro de 2011

Corrupção corriqueira

 Seja em ano de eleições municipais, estaduais ou federais, reascende a discussão acerca de corrupção na política, surgindo na mídia casos e mais casos que ocorreram durante os 4 (quatro) anos em todo esse “Brasilzão de meu Deus”. O povo brasileiro passa a contestar e ficar horrorizado com as “safadezas” dos homens de terno preto e confirmam a revolta nas urnas, votando no novo, no velho ou somente dando aquele voto de protesto.

 Que a corrupção já está enraizada em algumas esferas políticas, ou em certos políticos, isso é notório e o Brasil não precisa de 4 (quatro) anos para saber e ficar assustado. Todavia, admitir a corrupção do próprio povo é uma tarefa árdua e difícil, nem mesmo de 4 (quatro) em 4(quatro) anos o próprio povo consegue protestar contra.

 Quem nunca se beneficiou daquele amigo que trabalha no banco e lembrou-se dele justamente na hora de pegar a fila, daquele outro amigo de infância, que morava no prédio da avó e que hoje é servidor público e você precisou da ajuda dele para resolver aquele “pepino” de forma mais rápida? Pois é, como é bom ter um amigo “autoridade” na hora que te pegam na blitz com o documento do veículo atrasado – Ufa! Salvou meu dia companheiro.

 Gozado também é o poder na hora de corromper, pois muitos gostam de se beneficiar da tão famosa carteirada para entrar em eventos pagos, com o adendo de que a carteira serve para não pagar. Ou se não utilizar do poder em nome de outrem a serviço próprio, ou seja, os famosos jargões: sabe de quem eu sou filho? Você sabe com quem está falando? Você conhece fulano de tal?

 Perguntas que possuem difíceis respostas, mas que retratam de forma triste, o mundialmente conhecido jeitinho brasileiro de ser e de viver. Quando a coisa está “russa”, o brasileiro sabe resolver e fazer com que a mesma melhore e ainda consegue sair dela com um grande sorriso no rosto.

 O problema da corrupção brasileira não está enraizada somente nos políticos, pode-se dizer que está na essência de parte do povo brasileiro, afinal os políticos são somente a representação do seu povo. O político nada mais é do que alguém que já foi do povo, mas que naquele período tornou-se um ser político.

 Logo, quando o homem político começa a se desvirtuar da sua real função, isso passa a ser corrupção, mas enquanto ele é somente um indivíduo no meio da multidão que fura fila, não devolve o que achou ou se beneficia da máquina pública em benefício próprio, ele não é corrupto, apenas é um pobre brasileiro dando o seu jeitinho para sobreviver e tirar vantagem das mínimas situações da vida.

Autor: Osvaldo Barreto Jr.

Estudante - 10º semestre em Direito - Faculdade Baiana de Ciências

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